quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Eu sou um ser humano!

-E daí, colega?

-É sério. Rum.

Passo os dias respirando
E dias passam feito vento
Passo frio, passo calor
Se corpo queima, sinto febre,
Se pede arrego, sinto dor.

Bebo água todo dia
Mas caso o dia esteja chato,
O álcool vai goela abaixo.
E verdade vem goela acima!

Sou passível de paixão,
Mas se aqui me restar peito
Posso suspirar afeto,
Caso me reste pulmão!

Vez em quando eu fico fraco,
E tem umas tantas agonias
Fracas feito rima feia
Que só carne que sacia.

Eu sou só um ser humano, cara.
Um Ser. Humano.
Portanto peço apenas um pedido:
Não sei se devo,
Só sei que não tenho
E portanto, e por tudo

-Solicito um dengo.

domingo, 20 de novembro de 2011

Bilhete de Esmerilhadeira.


Meu bem, me desculpe
Ah, e não me culpe
Se deixei seu coração cair sem querer
É que quando fui ver,
Jazia no chão, todo quebrado!

-Ops.

Ah, vá, perdoe
Perdoe esta mulher
Um ambulante desastre natural
Que não lhe fere por mal

Que machuca com mãos, sem olhos,
Cega de túneis sem luzes no final!
Que não deve, também não teme
E que não tem um pingo de vergonha:
-Ela se foi com o cordão umbilical.

Ah, e vá desculpando os arranhões também.
E as manchas.
E as mordidas...

-Ops.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Tchibum.



Meu Coração mergulhador
Sem medo d'água, o sem-vergonha!
Olhou prum lado, pro outro,
Tirou a roupa e TCHIBUM!
-Quis nem medir distância,
E quase bate a cara na pedra!

Agua fria e salgada,
Mas quem diabos liga?
Lá do alto, onde ele tava
Dava pra ver que a água era limpa...

Meu Coração, mergulhador e alpinista,
subiu de novo.
'Um salto desses deve se repetir', pensou a peste.

Mas chegaram proibindo
-Gente pelada não pode nadar!
Cubra-se, ou suma daqui!
E meu Coração, um pelado sem-vergonha,
Deu meia-volta e TCHIBUM mais uma vez

'Qual o quê, só uma vezinha não mata
e nem tira pedaço!'

Mergulhou,
mergulhou
e mergulhou

E lá pelas tantas, PÁ!
Bateu a testa no fundo do mar.
-Toma, danado.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lembrete.



Se qualquer dia desses
Um beijo eu te mandar
E o vento levar pro lado errado
Parar na testa,
Na bochecha,
Na ponta do nariz (!),
Por favor, meu amor,
Tire o beijo daí.
E apregue no lugar que é de direito!
Mas apregue mesmo.