quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Escritor de Gaveta



Mania doce de querer
Um gosto de um oposto,
O encosto de um rosto,
A louca forma de viver
Na 'fôrma' pouca do outro ser

Vida velha, breve baú
Abre e põe o que quiser!,
Mexe com tal trejeito
Que nem vento mais suspeito
Ousaria atrapalhar...

Faz do velho peito nova casa,
Ocupa a sala de estar,
Antes que outro cômodo ocupe!

-Ou antes que outro gosto te expulse.

Chega, deita no sofá
E atira o sapato
Como se quisesse alcançar a América do Sul...

O que ainda quer nesse velho baú?

-Um lugar bonito e bem-feito,
Pra que eu possa guardar meu peito.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Eu sou um ser humano!

-E daí, colega?

-É sério. Rum.

Passo os dias respirando
E dias passam feito vento
Passo frio, passo calor
Se corpo queima, sinto febre,
Se pede arrego, sinto dor.

Bebo água todo dia
Mas caso o dia esteja chato,
O álcool vai goela abaixo.
E verdade vem goela acima!

Sou passível de paixão,
Mas se aqui me restar peito
Posso suspirar afeto,
Caso me reste pulmão!

Vez em quando eu fico fraco,
E tem umas tantas agonias
Fracas feito rima feia
Que só carne que sacia.

Eu sou só um ser humano, cara.
Um Ser. Humano.
Portanto peço apenas um pedido:
Não sei se devo,
Só sei que não tenho
E portanto, e por tudo

-Solicito um dengo.

domingo, 20 de novembro de 2011

Bilhete de Esmerilhadeira.


Meu bem, me desculpe
Ah, e não me culpe
Se deixei seu coração cair sem querer
É que quando fui ver,
Jazia no chão, todo quebrado!

-Ops.

Ah, vá, perdoe
Perdoe esta mulher
Um ambulante desastre natural
Que não lhe fere por mal

Que machuca com mãos, sem olhos,
Cega de túneis sem luzes no final!
Que não deve, também não teme
E que não tem um pingo de vergonha:
-Ela se foi com o cordão umbilical.

Ah, e vá desculpando os arranhões também.
E as manchas.
E as mordidas...

-Ops.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Tchibum.



Meu Coração mergulhador
Sem medo d'água, o sem-vergonha!
Olhou prum lado, pro outro,
Tirou a roupa e TCHIBUM!
-Quis nem medir distância,
E quase bate a cara na pedra!

Agua fria e salgada,
Mas quem diabos liga?
Lá do alto, onde ele tava
Dava pra ver que a água era limpa...

Meu Coração, mergulhador e alpinista,
subiu de novo.
'Um salto desses deve se repetir', pensou a peste.

Mas chegaram proibindo
-Gente pelada não pode nadar!
Cubra-se, ou suma daqui!
E meu Coração, um pelado sem-vergonha,
Deu meia-volta e TCHIBUM mais uma vez

'Qual o quê, só uma vezinha não mata
e nem tira pedaço!'

Mergulhou,
mergulhou
e mergulhou

E lá pelas tantas, PÁ!
Bateu a testa no fundo do mar.
-Toma, danado.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lembrete.



Se qualquer dia desses
Um beijo eu te mandar
E o vento levar pro lado errado
Parar na testa,
Na bochecha,
Na ponta do nariz (!),
Por favor, meu amor,
Tire o beijo daí.
E apregue no lugar que é de direito!
Mas apregue mesmo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Não gosto de títulos, e



Decoro meus versos,
Ponho rima, ponho rímel
Perfume, corpo,
Até flor no cabelo!

E quebro o decoro:

-Clichê, não-clichê, clichê.

É chique, ou o que?

Canso-me, cansada metáfora,
Tão abusada, pobrezinha...
Poupem-na!

Textos inertes,

Gentes inertes,

Pobres almas inertes.

E cadê a Poesia??

-Ta ali, coitada.
Se escondeu de vergonha,
porque a roupa tá surrada.

Já eu,
Cansei de clichê.
Agora, eu quero é chiclé!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Poema para a Pupila


Entre um olho e o outro
Tão pouco espaço
Tão pouca pele!
Mas entre meu e teu olho
O tamanho é menor...
E o tempo? nem comentamos!
Num singelo piscar do olho teu
Eu me vi completa e nua,
Completamente nua,
Nua ao teu olho nu .
-Pupila saliente!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Chorinho do Pierrot



Onde a hora silencia
E afoga a alma em poço
Atravesso inteiro um corso,
E Pierrot é companhia.

Pierrot malamanhado
Maltrapilho e assanhado
Até ri de orelha à outra:
-Só tem um dente na boca!

Meio alegre, meio triste
Alma é bandeira em riste:
Sabe nem que mal existe
No coração da colombina.

domingo, 18 de setembro de 2011

EU, TE, AMO.



Três palavras, sete letras:
Duas toneladas, cada.
-Porque lhes soltam a todo momento?
E se jogarem bem alto,
não tem medo de caírem em cima de alguém
e esmagar?

Uma tragédia.

Ah, se cada grito que dessem a ti fosse real, Amor,
Aposto que até o céu mudaria de cor,
Nuvens se esconderiam de vergonha!
-Afinal, seria um desfrute tapar o Sol assim.

Penso que Amor é mais bonito mudo,
Mas mudo logo de ideia.
Ele é daqueles tipos tagarelas,
Nunca dizem o que querem dizer.

Amor a gente vê na pupila de quem ama,
Nos pelos da pele de quem nos toca,
E naquele espacinho entre o corpo da gente
E os braços do outro...
Amor a gente não acha no coração.
E se alguém duvidar, que faça biópsia em si mesmo!

sábado, 20 de agosto de 2011

Então...



Furei fila afoita
Forçando o frasco à forca.
Foda, né?
Foda.

Faço fina falsa força
Fossa feita em peito-teu
Faço samba e bossa-nova,
Faça verso em dedo meu!

Fraco fio de rima solta
Faz frio quando se fia?
-Faz é fogo.
Foda, né.

domingo, 14 de agosto de 2011

lou.cu.ra

(Subst. Fem. Sing.):
É quase exatamente o que ocorre
Quando os pólos da cabeça
Tomam uma séria decisão:
Brincar de esconde-esconde.
-Mas quem apagou a luz!?
É um caçando o outro
Sem lamparina, sem bússola
No breu da noite, sem lua,
Onde nenhum juízo se acha.
E riem-se, à la vonté!
(Anarriê, moinhos de vento.)
E se faísca afoita de luz se faz,
Logo cospem em cima.
-Mas quem apagou a luz!?

sábado, 30 de julho de 2011

Licença Poética


Eu gosto de tu,
Assim desse jeito,
Matando Gramática;
Acho feio coisa entre mim e ti.
Pra mim é eu e tu, e tu mais eu
E não há Mestre que me conserte!

É nós em um
Num singular todo torto,
Erro doido sem fim.
-É pra eu, ou pra mim?

Mim não faz, só recebe
Mim não teme, mas deve
De tu pra mim,
E de eu pra tu.

Mim tem nem ética!
Só por causa que te gosto,
Perdi minha licença poética.
(Então, gostar-te-ei de jeito mudo!)

-Rum.

Sexo.


Engula-me, engula-me!
Afoga-me em saliva;
Depois de morta, degluta-me.
-Envolva-me,
E devolva-me a mim.
Tal qual quem nunca quis
Que não quis nem permissão
De quem não queria, mas queria...
Escuta-me.
Diga-me se ouve o mesmo que eu
Ouçamos no mesmo tom,
Ousamos na mesma Língua.
São duas bocas num ouvido só:
-Engula-me.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Denúncia

TEM UM POETA ATACANDO MINHA GELADEIRA!

O Homem com Tinta Guache

Moço de faces pintadas
Vermelho no nariz-bola
Não bastava ares de graça de palhaço
Ainda anda em pernas-de-pau...
-Como é a vista daí de cima?

Porque Vida a ser posta em cores
É saga de Palhaço
Que anda na rua
Catando cada sorriso perdido no asfalto:

Atrás dos vidros dos carros

Aos pés dos transeuntes

Nos pneus das bicicletas...

(Em teu bolso cabe tanta Alegria, Palhaço?)

Será quantas destas ruas
Quantos tantos destes carros
Correm pra dentro das tuas veias?

Será que Coração-Asfalto?

Há que se colorir...
E outros tantos pintados Palhaços
Costuram a vida da gente em seus monociclos
-Arte de coser colcha de retalhos coloridos.
E riem-se!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Luto.

Vovô, hoje de madrugada, resolveu dormir pra sempre. Velhinho dorminhoco.

Ele se foi e acabou levando com ele um pouco da netinha maluquinha que sempre aparecia com alguma idéia de jerico, querendo discutir e socializar, afinal não é todo mundo que é fá de idéias de jerico. Talvez, se um dia a netinha quisesse fazer uma plantação de morangos, comprar um barco, construir uma escadinha de palitos de fósforo até a Lua, ou até mesmo virar Dentista, ele estava lá, pronto a me dar todo o apoio de avô que eu poderia receber.

É, Vozinho. Nem todas as idéias de jerico foram pra frente, infelizmente (ou não). Mas ainda tenho várias em desenvolvimento e outras por surgir, e tenho certeza de que Você, aonde estiver, vai me dar aquele apoio de sempre, rir com aqueles olhinhos de longas datas e dizer o velho ‘Eeeita, Lelinha!’.

Hoje, estou de Luto. E não é clichê dizer que este também foi um verbo Seu, por toda a Vida. O Senhor deixou a gente, e agora devemos fazer ainda mais jus a esse verbo. Eu Luto, Vozinho. E enquanto eu puder, vou continuar lutando, pra o Senhor sempre ter orgulho de sua Netinha. Seja em qual projeto maluco for. E eu vou te amar pra sempre. E agradecer por tudo.

Não esquece de olhar a gente aí de cima.

domingo, 19 de junho de 2011

O BLOCO DA RIMA

(Poesia de Aniversário de Márcia Fernanda - @nanda_bazinga)


Poeta sempre foi um bicho malino.
Bicho doido, maluco
Dono de brincar com letra!
Monta tudo, depois desmonta
Nem dá tempo de meia-rima!
-Mania desgraçada de mexer com palavra...
Ou será que Palavra mexe contigo?
(Rum, morre quem souber da resposta.)

Mas é justo essa gente
É essa gente que bate pé
No ritmo do pingo da chuva
E gente que toma banho
Na letra do Samba
Se atrepa em cima do muro
Pra ver o sol se por mais bonito
E fica abestalhado, com cara de Estátua de Mármore;
É justo essa gente quem pinta o crepúsculo da cidade.
Ou será que é crepúsculos pintam a gente?

Aula de Português.



Hoje aprendi um verbo novo:
-Vilipendiar-se.
Difícil e feio até no significado.

CONFISSÃO


(imagem meramente ilustrativa.)

Nunca lavei dinheiro na vida.
Nunca sequer usei paletó
E nem bigode - acho que não me cai bem.
Tampouco pintaram-me as poupanças de fúcsia!
-Contento-me em lavar a carteira
Suja de tanto trocado pouco e morto
Mas que, para seu Governo, é justo e limpo!
Grana preta eu nunca vi
De preto, só grude na carteira
Que lavo e limpo,
De alma livre e lavada.

Explicação Ortográfica



Há tanto porquê
Pra toda coisa no mundo
Que só um 'porque' não bastava;
Talvez por isso nos inventaram quatro.
-Mas por quê?
-Porque sim.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sem pé, nem...



O que diabos se passa nessa mente, hein?
Sejá lá qual for tua idéia, Cabeça,
Sejam suas vãs filosofias de filas de espera
Pensamentos de ônibus lotados,
Ou divagações de beira de rua,
O que cê pensa que tá pensando!?

Haja tempo, querida, haja tempo
E veja se espera por mim!
Porque Tempo, mesmo lerdo, teve pressa...
Demorou cem anos, daqui de baixo.

E espere com carinho, moça;
Seja em meio de penca de gente na fila,
Ou numa selva de sovacos no meio dum trem.


Olhe, Cabeça,
Se for pensar em mim, por favor, pense em mim.
Pense esquerdo, quente e macio
Pense assim
Num invente de pensar na pressa não, que quero ficar aí,
Até que algum maldito fure a fila.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Ao pé do Olvido.



Amigo, escute bem!
Ande, tire logo esta cera do ouvido
-Guarde para discursos políticos.
Ouça somente o que lhe digo
Mas não leve como conselho!
Pois estes, meu irmão, nem eu sigo.
Vida, cedo ou tarde, há de te envelhecer.
Vai te levar de mãos dadas -e bem dadas!- até Dona Morte
Bem no dia que lhe cair bem.
Há que envelhecer, meu querido!
Até as folhas amarelam e secam, perdem o cheiro
(Mas este teu cheiro, tão colegial, há de ainda ficar.)
Lembre-se mais, Amado, nem invente feitio de assassino!
Não mate pessoas, tampouco o Português.
Temos somente três coisas a matar:
O Tempo, muriçocas e a Saudade.


(Postagem especial para um projeto especial: http://sociedadedospoetasporvir.blogspot.com/ . Viva a comunidade sócio-poética!)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Nude

Esse mundo labirinto
Cheio de caminhos-Caracol
Ah, corro destrambelhada ao redor!
Corro, sem freio e sem ré;
E penduro minhas roupas na primeira estrela que aparecer.
Com peito e alma nus, grito à trilha:

-Eu quero um mundo nu, só para mim!
Ou talvez eu o divida com o céu,
Que nem sei se precisa de mais terra pra cobrir...
Mas só deixo se for o Céu.

-O Céu, azul de palidez e imensidão

Maior que vento,
Maior que mar,
Maior que terra...
(uns dois dedos a mais, somente.)

Um instante, um ano-luz
Cor de flash de fotógrafo amador
O tempo entre um tapa e um grito
Um segundo de uma década qualquer.
Um milésimo do ato reflexo...
Só um instante!

E mais outro,
E mais outro.

-alguém me disse que
É de instante em instante
Que se faz um 'para sempre'.

sábado, 16 de abril de 2011

-Eu sou um bêbado.

Assim, e só,
Tal qual tantos outros são,
Tantos outros sãos.
Visto-me em rótulos
Ah, belas pin-ups!
-Mulheres que nunca terei nas mãos
A não ser em garrafas e sonhos.

Tropeço sempre minhas três vezes
Vou com a cara no cimento
Quebro um ou dois dentes,
Mas nem sinto...
Sinto que alguém roubou meus sentidos no balcão daquele boteco,
E eu nem vi.

Sou um bêbado.
Um bêbado desacordado, desleixado
Com nada na cabeça, a não ser o nome da mulher amada:
-Ah, Sônia...ou seria Ângela?
Sou um bêbado, poxa,
Nada mais me interessa
Que não seja a próxima dose...

Sou um menino de colo
Frágil, sem consicência,
Mal consigo caminhar...
E sou o dono do bar!
Até que meus trocados não mais permitam:
Depois, viro o dono das calçadas.

Sou só um bêbado, gente.
Sou um ébrio, até ser nada,
Então perco os sentidos:

Perco as chaves,
Perco a hora,
Perco a cabeça,
E perco o freio.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Terça do Carnaval.




Oxente, Poeta
Que doença te acomete
Que não escreve nem um lá?
-É que minha poesia foge
Vai mexer bumbum no samba
Sua melhor máscara põe
E sai a beijar seus mil foliões.
Ah, mas ela volta!
Desbotada e cinza numa quarta-feira
Sem pulmões, com meio-fígado,
-Ressaca de Amor, das piores!
Mas ela volta, vivinha.

Sou dessas.



-Quem aqui é romântica?
Pra começo de história,
Eu nem quero um Amor sóbrio.
Quero um daqueles bêbados:
Amores bêbados me põem um riso na boca.
Não quero um com gosto de café aguado
E pão massa grossa dormido.
Quero Amor de Domingo
Chuvoso, que seja.
-Aceita-se também um quente,
Com cara de samba e feijão.

Eu não quero um Amor esquecido:
O meu tem que ser boêmio, aliás.
Pegar chuva sem brigar
Trovejar caso precise...
E deve falar palavrões!
Ah, e abrir latas de palmito.
-Teremos sempre tira-gosto à mesa.

Quero desses tipos de Amor que fedem a vinho
Com meio maço de cigarro suave
(Sim, suave. O resto não me cai bem.)
Eu quero um monte de defeito
E mais um monte de raiva
E aperto no peito, dos grandes!
Quero isso tudo sumindo num beijo só.

Eu quero um Amor preguiçoso
Estirado na rede, dorminhoco
E um Amor hiperativo
Desses tipos que sacodem a gente!

Eu não quero um Amor de cinema.
(Dizem que tudo ali é questão de beijo técnico)
Quero mesmo é um desses, de verdade,
Escrito com 'A' maiúsculo e tudo.
-Tem, Moço?

sábado, 5 de março de 2011

Mais um de Guardanapo


Faz-se verso, vértice oblíquo,
Em bar com blues, meia-luz de poste
-Mais um martini!
(Olhos cor-de-ave flutuam pelo balcão)
Ah!, se o garçon,

ou o poste,

ou o vértice do meio-fio

ou cerejas em meus martinis

Soubessem do que habita no verso
de minhas lentes de contato.
Se rima afago e me afogo,
Formigueiro de palavras!
D'aonde sai cada coisa...
-Nem gosto.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Declaração de Amor


-E eu, que nem te queria!
Vale lembrar, até
Que te via em mil defeitos
Vivia em meus sem-versos
Me via em teus mil-versos
Comi tuas rimas com olhos!
-Gulosa.
Fato é que nem te queria.
E fato é que te gosto.
Te degusto em meu silencio
Pedaços teus mordo com as mãos
Um doce na boca de menino danado.
-Ah, Danado.
Fato é, dito e repetido
Que te gosto em teus defeitos
Me odeio em teus mil-versos
E te quero em outros mil,
Mas basta!

-É que Amor que O é
Não se faz em brigadeiro de panela.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Diabéisso?

(Foto da Frei Serafim, algum dia de por de sol em 2010. Tentativa piegas da Poeta que vos fala.)

Ei, tu
Que me apoquenta até o inferno
Faz ter bilôra de Alegria
Que Mundo num fede nem cheira!
Ei, tu
Que me esquenta o juízo 
Aí, esfria num beijo
Mas deixa quente meu corpo
-Diabéisso?
Olhe, rapaz
Num faça mais isso
Me largue de mão
E nem traga mais flor!
Porque é cheiro que me atenta
E como me atenta!
Caninana.
Eu vou me vingar!
Vingança bonita de novela das oito
Vou esperar o tempo que for,
Pra roubar um teu-minuto.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Aos Homens.


(Para uma criatura Ana-Crônica.)


Moça com quê de Anjo,
Onde há quê de Demônio.
-Cigarro?
Se quer a Ruindade,
Não há cão que te aguente,
Nem demônio que te corte.
-Morte aos ínfimos!
Há quem diga ao violão:
-Não há corda que te aguente!
Ou lençol. Ou dedos,
Ou um olho, sequer.
-Morte aos ínfimos?
Infame.
Cale a boca, você.
Você mesmo!
Que mal vale um verso.
Serve, assim sim!, a uso.
Mas a usufruto de infla-ego.