quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Chorinho do Pierrot



Onde a hora silencia
E afoga a alma em poço
Atravesso inteiro um corso,
E Pierrot é companhia.

Pierrot malamanhado
Maltrapilho e assanhado
Até ri de orelha à outra:
-Só tem um dente na boca!

Meio alegre, meio triste
Alma é bandeira em riste:
Sabe nem que mal existe
No coração da colombina.

domingo, 18 de setembro de 2011

EU, TE, AMO.



Três palavras, sete letras:
Duas toneladas, cada.
-Porque lhes soltam a todo momento?
E se jogarem bem alto,
não tem medo de caírem em cima de alguém
e esmagar?

Uma tragédia.

Ah, se cada grito que dessem a ti fosse real, Amor,
Aposto que até o céu mudaria de cor,
Nuvens se esconderiam de vergonha!
-Afinal, seria um desfrute tapar o Sol assim.

Penso que Amor é mais bonito mudo,
Mas mudo logo de ideia.
Ele é daqueles tipos tagarelas,
Nunca dizem o que querem dizer.

Amor a gente vê na pupila de quem ama,
Nos pelos da pele de quem nos toca,
E naquele espacinho entre o corpo da gente
E os braços do outro...
Amor a gente não acha no coração.
E se alguém duvidar, que faça biópsia em si mesmo!