terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Gran Finale.


As cortinas se abrem.
Eis o diálogo, eis o improviso;
Qual o tamanho do talento da Vida?
Eis o choro, eis o sorriso,
Eis a música...
O tango de um ônibus em movimento,
O ballet da vendedora de beijú,
A salsa no tempero da Dona
A valsa nas pernas das cortesãs
A batida do coração do moleque...
Eis que as cortinas se fecham.
As luzes se apagam, os murmúrios cessam
E a artista se vai, bela, etérea
Deixando em seus passos pedaços de sonhos distantes...
Eis que a vida, bela atriz
Troca as vestes e se mistura com a multidão.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Peripécias De MSN.




Felipe says (00:45):
Tu viu a estrela lá que eu te mostrei?

Laelia says (00:46):
Estrela? No céu?? *nããão, no chão, antinha --'*

Felipe says (00:46):
Pois é, só vai acontecer de novo em 2057 o.O

Laelia says (00:46):
:O

Felipe says (00:46):
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Laelia says (00:46):
oO

Laelia says (00:46):
E a gente viu, ao vivo ._.

Felipe says (00:46):
Era Júpiter perto de outro planeta lá *Vênus, Felipe! (Y)*

Laelia says (00:46):
Hoje foi um dia épico :D

Felipe says (00:46):
E eu te mostrei! /o/

Laelia says (00:46):
Isso vai pro meu blog.





*mais informações? Veja: http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/



o/

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Em Bons Tempos.


Se o Mundo acabar
E se amanhã chover
E se dia de vento for

Vai ter cheiro de quê?
Se flores viessem
Ou se as folhas caíssem
Se tudo a gente visse
Se o tempo deixasse
Ou o relógio parasse...
Tic. TAC.
Se o ontem voltasse
Pro mundo de antes
Onde a nossa Alegria
Se ludibriava no sabor do pirulito...
Nostalgia, meu Deus.




(Para um Amigo.)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Das Casualidades.


-Olhaí, quem é vivo sempre aparece!
(Mãos nos bolsos, olhar vago...)

-E aí, beleza?
-Beleza...
(PAUSA.)
-Como tens andado?
-Ando contando meus passos, seguindo minha própria sombra, rindo das mesmas piadas, ouvindo as mesmas músicas, vendo os mesmos rostos, os mesmo sóis, cometendo os mesmos erros... Tenho vivido a mesma vidinha de sempre. E tu?
-Boêmia, como sempre. Já não conto meus passos, entrei em novas estórias, engatei-me em novos amores, sofri outras dores, fui "mais-feliz-que-nunca" por várias e várias vezes, e os erros agora são outros... tá indo, a vida.
-Legal.
-Hm.
-Ei, tem compromisso hoje?
-Não, porque a pergunta?
-Por nada não...anh...vou indo, então.
-Vá pela sombra, rapaz!
-Sempre, sempre...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Como é belo, como é belo...



-Belo o quê?
Teu quê de anedota escrita de qualquer jeito
No rodapé de um livro qualquer.
Teu quê de anjo despenado;
Presley despenteado e rouco.
Teu quê de neologismos, palavras
Soltas de qualquer jeito
Teu quê de caricatura, teu quê de existir...
-Belo!?!?
Sim, Belo.

sábado, 27 de setembro de 2008

Distorção


De que me valeria tanta amargura
Se me falha a memória,
Se não me vale a loucura
Se não me causa tontura
Se não me importa a história?
Dê-me apenas um cigarro
Pare na próxima esquina
E atire-me do carro:
Cuide da minha lucidez
Iniba a nossa timidez...



Pronto, já pode acordar.




(Filme recomendado: Donnie Darko.)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Crepúsculo.


Um fio de vida, a glória da morte.
Ah, se meus pesares outrora dormentes
Virassem asas
Asas estas que me levariam ao fundo do mundo
Ao fundo desnudo
-fundomudodoceano.-
Um fio de glória, a vida da morte
outrora profunda...
Que nossos ais um dia se calem.

(03/2008)

domingo, 24 de agosto de 2008

De Pássaros e Peixes.

-Já ouviu Zeca?
-Que zeca?
-O Baleiro, eu gosto dele.
-Nunca...a gente pede qual sabor?
-Napolitano, eu acho...vai cobertura?
-Não, acho enjoativo.
(sorvete, conversa, sorvete-sorvete-sorvete, conversa...)
-E Bukowski?
- Quê que tem?
-Perguntando se cê já leu...
-Não.
-Ah.
(...)
-Poxa, a gente é tão diferente...
-Sério? Não acho.
-Nossos signos nem combinam.
-Mas a gente combina, eu acho.
-Não, a gente não combina.
-Claro que combina...pelo menos o sabor preferido de sorvete é o mesmo!
-Anh...não. Ei, olha a Lua!
-É, tá linda. Viu o jogo de vôlei hoje?
- Não vejo jogos com freqüência...é, tá linda mesmo.
-Uhum...ei, já vou indo.
-Mas já? Fica, vai...
-Não posso, tá ficando tarde. Ei, cuidado com o...
(cotovelo-mesa-taça-sorvete-vestido-preto-mancha-MERDA!)
-Quer carona? Não vou te deixar pegar um táxi desse jeito.
-Humm, ok.
(...)
-Pronto, chegou quase inteira em casa.
-Brigada, brigada mesmo!
-Por nada, né?
-Por nada uma ova! Quando a gente se vê de novo?
-Amanhã, eu acho.
-Certo...Ei!
-?
-Nada.
-Nada?
-Ah, você sabe...
-É, sei.
-Sabe?
-Sei, sinto. Lance de reciprocidade, entende?
-Aah. Até amanhã, então.
-Com certeza...


(música incansavelmente executada zilhões de vezes hoje: Comigo, do cantor supracitado.)

:)

domingo, 10 de agosto de 2008

"Oba, Fim de Férias!"



Tá, eu assumo. Nunca na minha curta vidinha pensei que fosse dizer isso com tanta sinceridade e alívio (e sem nenhum sorrisinho sarcástico ou expressão sado-masoquista no rosto), mas praticamente nove meses de um ócio quase-puro também cansam, e como!
Foram nove meses de folga, festas, preguiça, cama-café-cama-almoço-cama-computador-cama, viagens, cama-café-cama-almoço-cansei-vou-tocar-violão, mais festa, mais folga, ócio, ócio, ócio...
Agora, chegou a hora de começar a batalhar de novo.
Licença, gente, mas eu vou ter que correr atrás de um "sonho acolá"... ;)
Postarei e comentarei com menos freqüência, obrigada pelos elogios, apoios e críticas também, foram de grande ajuda!

Até qualquer dia-de-inspiração desses...


Abraços a todos.

:D

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Pai.

Meu Herói de gibi
Com sorriso de bala
Um mimo, um abraço
Meu anil de arco-íris
Cor-de-giz-de-cera.
O carinho, o sermão;
Barquinho de papel
Na beira da lagoa
A saudade, o assovio
Meu menininho,
meu guia-mor...
Me deito e me escondo
Num abraço de urso
Me sento e escuto
O silêncio em teu rosto.
Entremos no mar
Subamos os montes
Desafiemos quimeras
Monstros, homens...
O medo vira brinquedo
E a vida, simplicidade
Tão simples, o amor;
Tão pura, a Alegria!




Um bom Dia dos Pais a todos. :)

domingo, 3 de agosto de 2008

A noite é...

Criança matreira
Jogando peteca com comprimidos
Palavras soltas e besteiras:
Jovens no escuro, escondidos
Fantasmas a cantar
Em ondas suaves de torpor
Luau, cheiro de vela no ar
Assaltos e armas e um grito de dor
Asfalto negro no pneu
-Padeiropegapastapão...
Poeta escreve no caração-meu
Olhos encharcam desilusão.
Sonâmbulo dormindo no meu quintal
Velho bêbado ex-soldado
Vê cão sacrificado num ritual
E eu aqui, na minha cama deitado
Cogitando alguma letra banal...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Desabafo.

Quero abrir meu peito, e esconder o pranto
Chorar baixinho, e sorrir cantando
Escutar o silêncio, emudecer o canto
Quero sair gritando, mas ficar calado
Quero fugir correndo, e cair ao lado
É na dor da dor que descubro a raça
Na cor da piada que oculto a graça
Na força brutal eu roubo um abraço
É de irracional que sei o que faço
Mas alguém me chega com pés de embaraço
Pára e me pergunta:
"És louca?"

"Talvez..aceitas um chá?"


(2007).

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Cinco Passos

Manhã de feriado. Famílias reunidas ao redor do piquenique, crianças brincando pelo parque, duas senhoras conversando á beira da lagoa...
- Viste os pássaros?- diz a mais velha, a voz terna vindo do fundo das suas setenta e poucas primaveras. Cabelo ralo, rosto envelhecido, os olhinhos úmidos, nostálgicos...
- Que pássaros?- indaga a outra, voz firme e seca, vinda de seus ásperos trinta e poucos anos. Cabelos cuidadosamente amarrados em rabo-de-cavalo, celular no ouvido –“Ah, Mamãe, por favor! Espere um instante...Alô?”- a cinco passos de distância.
A mais velha espera pacientemente, com seu velho sorrisinho malicioso no canto da boca; a mais nova, ainda ao telefone, arrisca uma olhadela para o céu azul ensolarado:
-Ainda não vi os pássaros, Mamãe.- murmura. A Mãe sai vagarosamente de seu sorriso entreaberto, abraça a filha e diz:
-Ainda não viste nada, minha filha.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

.CALL ME.

Quando eu menos queria
E mais precisava
Quando eu mais podia
E menos desejava
Chega tua alma e, que desfrute!,
Invade a minha
Sem pedir licença
[quem nem criança que enfia o dedo
no doce da loja de conveniencia]
Me deixa assim
Cheia de sim-me-toque's
Sim, toque-me
Sinta-me, sente?
Senta e me conta
As estrelas do céu
Roube meus argumentos
Minhas piadas infames;
Me ame, call me flor
Folha, caule, terra
Seja lá o que for...
Me ame.




Postando aqui de novo, depois de um pequeno descanso de "míseros 4/5 meses".

(...)

terça-feira, 8 de abril de 2008

(Ah, Se Quero...)

Quero provar
da Lei da Gravidade Zero
Tomar banho de chuva de navalha
Virar papa por um dia

Ser certinho, e ser canalha

E, se der, radinho de pilha.

Quero virar mendigo

hippie, prostituta, cigano, go-go-boy

Touro-anarquista reprodutor
Quero ser anti-cowboy
[fora-da-lei, revisto e atualizado]

Engenheiro e construtor

O autor, a arte

O todo, a parte

Líder revolucionário

Um inconfidente otário

A amante do bilionário...

-Vivas a este belo mundo-cabaret.



^^



Bem-vindos a minha nova invenção. (culpa do Nantz!)